quinta-feira, 9 de setembro de 2010

O silêncio é de ouro...ou não.

Porque é que às vezes custa tanto dar a nossa humilde opinião? Porque é que às vezes, quando pensamos totalmente o contrário do que a outra pessoa está a afirmar, nos remetemos ao silêncio? Porque temos tanto receio de ofender a outra pessoa com o nosso ponto de vista? Porque achamos sempre que vamos ferir susceptibilidades e, pior, que vamos desiludir essa pessoa? Que afinal ela vai ver que, ora bolas, não somos como parecíamos. Não somos como ela pensava. Afinal não gostamos de estar sempre na moda, afinal não é mais uma mala que nos traz a felicidade, afinal não gostamos que nos tratem com tanta protecção, afinal não queremos calma mas sim a sensação de sermos arrebatadas pelos acontecimentos e pelas surpresas. E pela sensação de que vale a pena aproveitar as coisas simples que surgem no dia a dia em vez de aguardar um grande desfecho que nunca nos irá satisfazer plenamente. Quantas vezes perdemos oportunidades de dizer NÂO, Não penso nada disso, Simplesmente não concordo. Creio que dificilmente teria a frieza para depois argumentar calmamente o porquê... E aí vence o silêncio. O problema é que o silêncio, na maior parte das vezes só é de ouro quando não fica cá dentro a balançar e a recordar-nos todas as palavras e gritos ou meio gritos qual o qual o poderíamos ter preenchido. E a nossa alma saíria muito mais leve. E a nossa personalidade e confiança sairiam mais reforçadas. E o mais sem sentido de tudo é que engolimos tudo isto em prol de não magoar alguém que sempre, irremediavelmente, nos vai demonstrar mais tarde que afinal...não precisavamos ter tanta preocupação. Porque essa pessoa não a vai ter. Não se vai ralar e a vidinha vai continuar tudo certo, tudo ok...tudo em silêncio. Até ao dia em que nos damos a conhecer finalmente. E aí há quem goste. E aí há quem não goste. E também nós percebemos que afinal não somos assim tão frágeis e não somos assim tão dependentes. Que a pior coisa que pode existir e levar à auto-destruição é a necessidade constante da aprovação dos Outros.

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