domingo, 8 de maio de 2011

Eu e os palhaços... jamais

Nunca gostei muito de palhaços. Palhaços mesmo, com cara pintada, batata vermelha no nariz e voz de cana rachada. Não sei se será pelo facto de não ver o rosto verdadeiro da pessoa, mas há ali algo que me mexe com os nervos. Um pouco como os tais homens-estátua, de facto. É capaz de haver aqui alguma coisa escondida, alguma coisa por revelar sobre a minha personalidade que ainda não percebi. Os palhaços assustam-me. Não me fazem rir, nunca fizeram. Quando tropeçam e fingem que caiem, dá-me vontade de ir lá e empurrá-los de vez ou então obrigá-los a ficarem quietos e assentes. O que não suporto é que fiquem ali, caio, não caio, tropeço, não tropeço, agora sou inteligente, agora sou estúpido, agora sou esperto, agora faço de bobo... Quando era pequenita e ia ao Circo Chen, fingia que me ria porque toda a gente à volta se estava a escangalhar a rir. Então eu ria. Mas a minha real gana era ir lá e bater no palhaço. Dar-lhe 3 pares de estalos e limpar-lhe a cara para ver como ele era. Isto tudo porque há bocado estava eu entretida e refastelada no meu sofá a comer gelado e a ver "O último a sair" na RTP, quando de repente, por entre Lucianas e Robertos e Bruninhos eis que surge o Batatinha... e pronto. Quase que me deu um fanico ali sozinha, sem ninguém dar por nada. E dei por mim, em todas as cenas em que aparecia o raio do palhaço, nem que fosse ao fundinho do ecrã, a não conseguir desviar os olhos daquela figura. Ele saltava, pulava, esbracejava, olhava, encolhia os ombros... e eu vidrada a olhar para a TV. E pensava, mas porquê um palhaço, porquê?? Custa-me olhar para eles, vá se lá perceber porquê. Provavelmente se explicar isto a um psicólogo vai-me dizer que está relacionado com o medo do desconhecido, do oculto, do que não se percebe, do que não se entende, do que está escondido e camuflado... será? Não sei, sempre achei que até as criancinhas ficavam a olhar para os palhaços a pensar: mas que raio de parvoíce? por quem nos tomam??...

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